Gisberta Scalce é uma grande referência para o movimento LGBTQIA+ de Portugal. O nome da brasileira aparece em manifestações, músicas e espetáculos. No Brasil, sua história é cantada pela voz de Maria Bethânia, em “Balada de Gisberta“. Agora, ela também dará nome a uma rua da cidade do Porto, local onde viveu por 15 anos no continente europeu.
Em fevereiro de 2006, antes de ser assassinada, Gisberta foi brutalmente agredida por um grupo de 14 adolescentes ao longo de três dias. O crime, motivado pela transfobia, “parou” Portugal e, desde então, as leis relacionadas aos direitos para a comunidade LGBTQIA+ foram criadas.
Gisberta era uma mulher trans, soropositiva, prostituta e imigrante brasileira em situação irregular. Ela vivia nas ruas de Porto, dormindo em um prédio abandonado. Na época de seu assassinato, a mídia portuguesa a chamava de “homem com mama” e repetiu, por diversas vezes, seu nome de batismo. Em resposta ao crime e a forma como foi tratada pela imprensa, o movimento LGBTQIA+ de Porto organizou a Marcha do Orgulho LGBT, em 2006.
Neste dia 17 de maio de 2021 , no Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia, Gisberta foi homenageada com uma bandeira do arco-íris hasteada no prédio em que foi morta. Antes disso, em março deste ano, seu nome foi aprovado por sete votos a seis pela comissão de toponímia da Câmara Municipal do Porto para virar nome de uma rua da cidade.
Além do nome em uma rua de Porto, ela também ganhará um filme contando sua história. A produção será realizada pela produtora brasileira Glaz Entretenimento, que já trabalhou com Netflix e HBO. Gisberta era natural de São Paulo, onde seu corpo foi enterrado.